Confesso que, quando abri a página do Sapo para aceder aqui ao blog, e me saltou à vista esta notícia, o que invadiu a minha mente foi: "até aposto que o crescimento dos Tugas foi proporcionado pela etnia cigana para ganharem subsílios (subsídios) e casas, e outros seres parasitas da sociedade que não fazem a ponta de um corno, a não ser fazer filhos que depois andam aos caídos, como estes que passam tardes inteiras aqui à porta do café a beber litradas de cerveja".
Até me lembrei deste post escrito há uns tempos atrás. Ainda bem que as coisas estão a ser revistas.
A seguir fui ler a notícia para perceber do que se tratava realmente. Até porque eu ainda não tive filhos devido à minha instabilidade financeira - que nunca mais acaba - assim como muitas mulheres que também se retraem por este e outros motivos.
Os Censos de 2011 revelaram um pequeno crescimento de Tugas em duas zonas específicas do país, no Algarve e na Madeira. Eu e a minha mente perversa pensámos logo "no Algarve deve ser por causa de alguns estrangeiros menos tesos que os Tugas e na Madeira o tio João deve ter dado algum incentivo à natalidade..." Mas ainda bem que assim é. Qualquer dia deixa de haver Tugas e Portugal depois deve ser anexado a Espanha de vez.
Tenho pena que os nossos governos não incentivem e criem apoios para que as famílias possam ter filhos ou até o segundo filho. Não é que as famílias não o queiram, não o desejem mas o orçamento familiar é que não estica.
Deixo uma pergunta: como é que um país com população envelhecida - e que cada vez será mais - pode aumentar a sua produtividade e gerar recursos financeiros? Decretar que a idade reforma é aos 100 anos (como se lá chegássemos!)? Não era bom pensar em incentivos à natalidade? Penso eu de que...
Os Tugas são um povo muito engraçado e sui generis. Têm habitos de vivência, sobrevivência e convivência algo estranhos.
Se há uma coisa de que os tugas gostam é de dias de ócio. Não importa se são folgas, feriados ou fins-de-semana prolongados. Todos anseiam por umas mini-férias, de uns dias fora do seu habitat "normal".
Seguem em família (tuga-mãe, tuga-pai e tuga-filhos) nos seus veículos atulhados de tralha, ou seja meia casa, para os destinos desejados: Santa terrinha ou praia. É vê-los felizes e contentes, voando estradas afora para chegar primeiro do que os outros.
Mas estes são os felizardos que têm uns trocos que podem dispensar para "extras".
Então e os outros cuja conjuntura económica não lhes é favorável? Como será que reagem perante fins-de-semana grandes?
Com as construções gigantescas de grandes centros de consumo, o Tuga dispensa largas horas a desfilar - quer só, quer em família - pelos longos corredores, em busca de bens cobiçados.
Outros dirigem-se a outros tipos de centros de consumo mas, desta vez, de bens necessários à sua sobrevivência. Ou pelo menos espera-se que grande parte deles o seja.
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É aqui que conseguimos observar como o Tuga interage em grupo. Como respeita o seu espaço e o dos outros. Parecem formigas trabalhadeiras mas da forma mais desorganizada possível. Instrumento de recolha de alimentos para um lado - de preferência no meio do caminho dos outros - correria para o outro, bens alímenticios indesejados largados ao acaso e até rebeliões em filas de espera!
Como eu pertenço ao grupo dos desfavorecidos pela conjubtura económica, limitei-me a ficar pelo meu habitat natural. E como tal, segui a linha orientadora dos outros tugas... Adivinhem onde me fui meter? Isso mesmo! Como temos de alimentar a estrutura que suporta cada Tuga, fui em busca de bens alimentícios... e como não me chegou num dia, tive de ir em dois!!!
Agora digam lá, não havia coisas melhores para fazer do ir-me enfiar nas compras dois dias seguidos? Tugas... bah!